segunda-feira, 18 de abril de 2011

Fotometria de Chama

Fonte: Biomedicina Padrão
A fotometria de chama é a mais simples das técnicas analíticas baseadas em espectroscopia atômica. Nesse caso, a amostra contendo cátions metálicos é inserida em uma chama e analisada pela quantidade de radiação emitida pelas espécies atômicas ou iônicas excitadas.
Os elementos, ao receberem energia de uma chama, geram espécies excitadas que, ao retornarem para o estado fundamental, liberam parte da energia recebida na forma de radiação, em comprimentos de onda característicos para cada elemento químico.
Apesar da simplicidade da técnica, diversos conceitos importantes estão envolvidos no desenvolvimento de experimentos usando a fotometria de chama, desde os princípios de espectroscopia até a estatística no tratamento de dados, passando por preparo de amostra e eliminação de interferências.
Fotometro de chama1 – Fotômetro de chama
Processos que ocorrem durante a medida por fotometria de chama
A espectroscopia atômica baseia-se em métodos de análise de elementos de uma amostra, geralmente líquida, que é introduzida em uma chama, na qual ocorrem fenômenos físicos e químicos, como evaporação, vaporização e atomização. Para que todos esses processos possam ocorrer em tempos de residência tipicamente inferiores a 5 min, é necessário que amostras líquidas sejam convertidas em um aerossol líquido-gás com partículas inferiores a 5-10 μm para introdução na chama.
A energia eletrônica é quantizada, isto é, apenas certos valores de energia eletrônica são possíveis. Isso significa que os elétrons só podem ocupar certos níveis de energia discretos e que eles absorvem ou emitem energias em quantidades discretas, quando se movem de um orbital para outro.
Quando o elétron é promovido do estado fundamental para um estado excitado, ocorre o fenômeno de absorção e quando este retorna para o estado fundamental observa-se o processo de emissão.
Átomos na fase gasosa podem ser excitados pela própria chama ou por uma fonte externa. Se forem excitados pela chama, ao retornarem para o estado fundamental, liberam a energia na forma de radiação eletromagnética. Essa é a base da espectrometria de emissão atômica que, antigamente, era conhecida como fotometria de chama e é utilizada largamente em análises clínicas, controle de qualidade de alimentos, além de inúmeras outras aplicações, para averiguar a quantidade de íons de metais alcalinos e alcalino-terrosos, como sódio, potássio, lítio e cálcio.
Esses elementos emitem radiação eletromagnética na região do visível em uma chama ar-gás combustível (GLP), que opera em uma temperatura entre 1700 e 1900 oC. Dessa forma, a energia fornecida é baixa, porém suficiente para excitar Na, K, Li e Ca e, consequentemente, gerar a emissão de linhas atômicas características para cada elemento. A intensidade de cada linha emitida depende da concentração da espécie excitada e da probabilidade de ocorrência da transição eletrônica.
sodio-e-potassio
Potássio 
Sérico - 3,6 - 5,2 mEq/l 
É o principal cátion intracelular, sendo encontrado 23 vezes mais neste compartimento do que no soro. O rim é o principal regulador do potássio sérico. A sua concentração no soro determina o estado de irritabilidade muscular e neuromuscular. Está aumentado na acidose hiperpotassêmica, acidose diabética, insuficiência adrenal, na hiperpotassemia hereditária entre outras. Encontra-se diminuído na cirrose, desnutrição, vômitos, alcalose metabólica, diarréia, nefrose, uso de diuréticos entre outros.
Sódio 
Sérico - 137 - 145 mEq/l; Urina (24h) - 220 mEq/dia 
Está envolvido no equilíbrio ácido-básico, exercendo influência na pressão osmótica, pH sanguíneo, contratilidade muscular e transmissão nervosa.

domingo, 10 de abril de 2011

Você sabe o que avalia o exame de Ácido Vanil Mandélico?

Panorama:
Determina os níveis séricos do ácido vanil mandélico (AVM) - um ácido fenólico - por meio da espectrofotofluorometria; ajuda a detectar feocromocitoma e avaliar a função da medula supra-renal.
O AVM, subproduto da conversão hepática da epinefrina e da norepinefrina, é o metabólito das catecolaminas mais prevalente na urina em condições normais; os níveis urinários do AVM refletem a produção endógena dessas catecolaminas mais importantes.
O exame deve ser realizado em urina de 24 horas (não em uma amostra de urina aleatória) para anular os efeitos das variações diurnas da secreção de catecolaminas.
Outros metabólitos das catecolaminas - metanefrina, normetanefrina e ácido homovanílico (AHV) - podem ser determinado na mesma amostra.
Se a doença investigada for a hipertensão, a coleta da urina pode ser mais útil durante um episódio hipertensivo.

Indicações:
Ajudar a detectar feocromocitoma, neuroblastoma e ganglioneuroma.
Avaliar a função da medula supra-renal.
Informações ao paciente:
Explique ao paciente que a dosagem do AVM na urina avalia a secreção hormonal.
Informe ao paciente que a urina deverá ser coletada durante 24 horas, com descarte da primeira amostra e conservação da última. Use um frasco que contenha conservante para manter o pH da amostra em 3,0. A  amostra deverá ser mantida na geladeira.
Informe-se sobre os fármacos que o paciente está utilizando, pois alguns podem interferir no exame.
Instrua o paciente para não ingerir alimentos e bebidas que contenham ácido fenólico: café, chá, bananas, frutas cítricas, chocolate, baunilha, e bebidas gaseificadas, durante os três dias antes do exame.
Aconselhe o paciente a evitar situações de estresse e atividade de física excessiva durante o período de coleta da urina.

Interpretação:
Resultado normal:
1,4 a 6,5 mg/24 horas (SI: 7 a 33 µmol/dia)

Resultados anormais:
Níveis elevados podem ser causados por tumores secretores de catecolaminas. Para estabelecer o diagnóstico definitivo pode ser necessário realizar outros exames, como a determinação dos níveis urinários de AHV para excluir feocromocitoma.

Fatores interferentes:
Exercício escessivo ou estresse emocional (aumento dos níveis)
Falta de adesão às restrições, impossibilidade de armazenar adequadamente a urina durante o período de coleta.
Epinefrina (adrenalina), norepinefrina, carbonato de lítio e metocarbamol (aumento dos níveis); clorpromazina, guanetidina, reserpina, inibidores da monoamina oxidase e clonidina (redução dos níveis); levodopa e salicilatos (aumento ou redução dos níveis). 

sábado, 9 de abril de 2011

A tecla que todo teclado deveria ter

Bactéria da acne pode causar infecções e câncer




Segundo um novo estudo, a bactéria – Propionibacterium acnes,ou P. acnes – que vive sobre a pele e contribui para a acne, geralmente considerada inofensiva, pode causar infecções após cirurgia, incluindo infecções no cérebro.
Provavelmente a bactéria também pode estimular algumas células a se tornem cancerígenas. No entanto, a evidência para a ligação com a doença é apenas emergente. Mais estudos são necessários para confirmar se ela é realmente “culpada”.
P. acnes vive em folículos pilosos, os minúsculos poros da nossa pele a partir dos quais brotam os cabelos. Quando esses poros ficam bloqueados, as bactérias podem multiplicar-se e contribuir para a inflamação que chamamos de acne.
Agora, os pesquisadores descobriram que elas também podem causar inflamação no interior dos nossos tecidos, conduzindo a dano tecidual.
Normalmente, quando a P. acnes é encontrada em uma infecção dentro do corpo, a maioria dos médicos assume que é apenas um contaminante, ou seja, que foi transferida da pele para o interior do corpo, talvez durante um procedimento médico, mas não estava realmente causando a doença.
Recentemente, porém, os pesquisadores perceberam que existem diferentes síndromes clínicas associadas com infecções por P. acnes como um patógeno real e não apenas um contaminante.
Por exemplo, alguns estudos ligaram as bactérias à formação de abscesso cerebral após neurocirurgia. Um paciente desenvolveu um abcesso no cérebro 10 anos após ter feito a cirurgia. Biópsias do abscesso mostraram apenas um tipo de bactéria presente: P. acnes.
Embora seja difícil dizer se a P. acnes causou o abcesso, uma pista é que a condição do paciente melhorou quando ele tomou antibióticos contra a bactéria. Os pesquisadores quase não conseguiram identificá-la. Ela demora muito tempo para crescer, e os cientistas estavam prestes a jogar fora toda a cultura de laboratório quando a P. acnes finalmente apareceu.
As infecções com P. acnes podem passar desapercebidas porque depois de fazer uma biópsia, os pesquisadores podem se livrar de suas culturas antes dessas bactérias terem a chance de crescer, ou porque os pesquisadores utilizaram os meios de cultura errados.
Uma série de estudos também mostrou que a P. acnes cresce sobre dispositivos médicos implantados, incluindo quadril, joelho e cotovelo artificiais. Cerca de 750.000 dessas articulações artificiais são colocadas em doentes a cada ano nos Estados Unidos, e em cerca de 1% dos casos os pacientes desenvolvem uma infecção.
Além disso, vários estudos recentes sugerem que a bactéria pode aumentar o risco de câncer de próstata. Ela foi encontrada crescendo no interior das células da próstata, e esse crescimento pode levar a inflamação no interior das células, que por sua vez, pode estimulá-las a se tornar cancerosas.
Um estudo mostrou que as bactérias cresceram em 58 das 71 amostras de tecido de câncer de próstata, mas em nenhuma das 20 amostras de tecido saudável. Segundo os pesquisadores, a exposição ao P. acnes por longos períodos alterou a forma como as células se dividiam. No entanto, muito mais pesquisa é necessária para confirmar a ligação do organismo com o câncer.
Segundo os pesquisadores, a boa notícia é que se for confirmado que a P. acnes contribui para infecções ou até mesmo câncer, o tratamento com antibióticos pode ajudar a reduzir a gravidade desses problemas.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Descoberto gene humano em uma bactéria

Fonte: HypesCience



          Um lance do tipo Frankenstein foi descoberto no mundo da microbiologia. Cientistas encontraram evidências de DNA humano no genoma de uma bactéria. Não qualquer bactéria, mas sim, a responsável por transmitir a doença sexualmente transmissível Gonorréia (Neisseria gonorrhoeae). Segundo os pesquisadores, esta novidade pode ajudar a entender porque estes seres conseguem se adaptar tão bem e viver em seus hospedeiros.
         Os responsáveis pela descoberta ficaram surpresos porque, geralmente, são os vírus e as bactérias que deixam vestígios de sua contaminação nos humanos. De acordo com estudos, esta transferência lateral de genes é comum entre bactérias e organismos multicelulares. Mas esta é a primeira vez que os cientistas encontraram genes externos em uma bactéria. Ao invés de depositar um gene, ela roubou.
       Aparentemente funciona assim: a bactéria pega uma sequência genética do hospedeiro que está infectando, uma nova habilidade que poderia ajudá-la a se adaptar. Segundo o professor de microbiologia e imunologia da Northwestern University Feinberg School of Medicine, Hank Seifert, esta habilidade adquirida pode capacitar a bactéria a desenvolver novas resistências e ficar mais forte. “Se este evento particular ofereceu vantagens para a bactéria da gonorréia, ainda não sabemos”, declarou o professor.
     A descoberta foi feita enquanto cientistas examinavam sequências genômicas de diversas bactérias causadoras da doença. Três delas apresentaram pedaços de DNA que, dentro da sequência, eram idênticas a uma sequência encontrada em humanos.
      No mundo todo, 50 milhões de pessoas são infectadas com gonorréia todo ano. A doença é tratada com antibióticos, mas não se pode esquecer que as bactérias conseguem se tornar resistentes a várias drogas. Estudar o fragmento de DNA humano da bactéria pode ajudar os cientistas a encontrar tratamentos mais eficazes. “O próximo passo é descobrir qual pedaço de DNA está indo embora”, disse Seifert.
    Mas o importante mesmo é lembrar que gonorréia é uma doença sexualmente transmissível (DNA). Ao invés de ficar doando DNA para esta bactéria e tomando antibióticos para combatê-la, o melhor a se fazer é usar proteção na hora do sexo. A camisinha pode prevenir DSTs e gravidez indesejada. É melhor prevenir que remediar.