quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Pela primeira vez injetam sangue cultivado em laboratório em um humano

    Infelizmente, por um motivo ou outro, muitas pessoas têm dificuldade em doar sangue, e nem sempre a pessoa que precisa de doadores de sangue consegue um doador compatível. Mas essa situação tão comum hoje em dia, pode virar coisa do passado. Luc Douay (da Universidade Pierre e Marie Curie, em París) extraiu células-tronco hematopoiéticas da medula óssea de um voluntário e elas se transformaram em glóbulos vermelhas do sangue através de uma série de fatores de crescimento.
   A equipe liderada por Douay etiquetou os glóbulos cultivados para seguir seu rastro e injetou 10,000 milhões (equivalente a 2 ml de sangue) de volta para a corrente do doador de medula. Os resultados foram publicados na revista médico Blood.

 
   Depois de cinco dias, entre 94% e 100% dos glóbulos continuaram a circular no corpo do voluntário e em 26 dias manteve-se entre 41% e 63% das células (que é uma taxa normal para os glóbulos de sangue produzidos naturalmente). As células de laboratório responderam como as normais, levando oxigênio de maneira efetiva para todo o corpo. Uma grande notícia para a medicina e a saúde.
   Já existem outras iniciativas para sintetizar sangue através da criação de um substituto artificial (em lugar de criar sangre natural de maneira artificial), que seriam muito úteis para guerras ou terremotos, porque tem a vantagem de não necessitar refrigeração. Porém, esta conta com a vantagem de que se parece muito mais com a real, dissipando as preocupações de segurança gerados pelos produtos artificiais.


   O trabalho Douay representa um grande salto, mas ainda há um longo caminho antes de podermos contar com uma produção em massa deste sangue. Por exemplo, para transfusão de um paciente, seria necessário 200 vezes a quantidade de células utilizadas neste trabalho. No entanto, Robert Lanza, um dos primeiros a cultivar glóbulos vermelhos em laboratório em larga escala, argumenta que o uso de células-tronco embrionárias poderia gerar dez vezes a quantidade alcançada por Douay.