sexta-feira, 18 de março de 2011

Em pessoas com hipotireoidismo subclínico, níveis de TSH acima de 10 mUI/L podem predizer aumento do risco de doenças coronarianas e mortalidade

Fonte: news.med


          O hipotireoidismo (distúrbio caracterizado por uma diminuição da atividade ou concentração dos hormônios tireoidianos) subclínico é caracterizado por aumento dos níveis de TSH, níveis normais de hormônios tireoidianos e ausência de sintomas clínicos do hipotireoidismo. Ele é muito prevalente, ocorrendo em 4-10% dos adultos. Estudos observacionais identificaram associações entre hipotireoidismo subclínico e hiperlipidemia (condição em que os níveis de gorduras e colesterol estão mais altos que o normal) e outros fatores de risco para aterosclerose (doença da parede dos vasos arteriais, causada pelo depósito de colesterol, cálcio e tecido fibroso e produz um aumento da resistência ao fluxo normal de sangue através do vaso afetado.). Entretanto, não está claro se esta condição está associada ao aumento do risco para eventos cardiovasculares e mortalidade.
      Foi realizada uma meta-análise para avaliar associações significativas entre hipotireoidismo subclínico e risco para eventos cardiovasculares e mortalidade. Os resultados mostraram que aqueles indivíduos com hipotireoidismo subclínico com valores de TSH acima de 10 mUI/L ou TSH entre 7.0-9.9 mUI/L apresentavam maior risco para doenças cardiovasculares. O hipotireoidismo subclínico não aumentou o risco de mortalidade geral.
         A maioria dos protocolos de tratamento recomenda o tratamento desta patologia quando os níveis de TSH estão acima de 10mUI/L, para aliviar o aparecimento dos sintomas leves e prevenir a progressão para o hipotireoidismo clínico, além de aliviar o risco cardiovascular. Entretanto, há controvérsias sobre a necessidade de tratamento para elevações mais discretas do TSH. O presente estudo sugere que para elevações discretas do TSH (abaixo de 7.0 mUI/L) o tratamento pode não ser necessário, pelo menos no que diz respeito à prevenção dos riscos para eventos cardiovasculares.
          Novos estudos clínicos são necessários para determinar os efeitos do tratamento com hormônios tireoidianos e os riscos para doenças cardiovasculares.