segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Relembre as principais notícias de saúde que marcaram 2010 segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes

MARÇO

Corante ocular

   Pesquisadores do Departamento de Oftalmologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) desenvolveram um corante intraocular a partir da antocianina, uma substância do açaí. A patente do produto foi obtida no dia 2 de março e o corante natural começou a ser utilizado em cirurgias na universidade em abril. Segundo um estudo, o corante natural é 20 vezes mais barato do que os convencionais. Cada frasco usado por operação custa de R$ 200 a R$ 500.
   Os corantes são utilizados em cirurgias da retina (camada mais interna do globo ocular) e do vítreo (componente que preenche o olho, responsável pelo tônus ocular), para que seja possível visualizar membranas e tecidos transparentes na correção de doenças que acometem o fundo dos olhos, como a retinopatia diabética e descolamentos da retina e do vítreo.

Sibutramina

   A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) endureceu as regras para prescrição e venda de drogas para emagrecer que contêm sibutramina. Desde o dia 30 de março de 2010, elas deixaram de ser vendidas com receita branca (de controle simples) e passaram a ser vendidas com receita azul (de controle especial).
   Após as restrições, as vendas de inibidores de apetite com sibutramina caíram 60% neste ano -segundo balanço divulgado no dia 6 de agosto-, quando passaram a ser controladas. Até então, a droga era a mais usada para perder peso.

MAIO

Gravidez natural para soropositivos

   O Ministério da Saúde elaborou em maio um documento em que estimula portadores de HIV que queiram ter filhos a fazer sexo desprotegido em condições específicas. Segundo o texto, se o casal planejar a gravidez na melhor fase clínica do tratamento, o risco de transmitir o vírus é muito menor.
   Isso inclui estar com a quantidade de vírus baixa e o total de células de defesa elevado, não ter doenças crônicas associadas nem infecções no trato genital. A relação deve ocorrer no dia do período fértil da mulher. Especialistas em Aids apoiam a intenção do governo.

JULHO

Pior lugar para morrer

   Estudo inédito que compara os cuidados com pacientes terminais em diversos países coloca o Brasil entre os piores lugares para morrer. Entre as 40 nações analisadas, o Brasil só não é pior do que Índia e Uganda, de acordo com o trabalho, feito pela unidade de inteligência da revista "The Economist".
   Cada país recebeu sua pontuação no recém-criado índice de qualidade de morte. A nota é composta por indicadores qualitativos e quantitativos, normalizados e traduzidos em números. Dispostos em quatro categorias, os indicadores incluem desde macrodados -como expectativa de vida e porcentagem do PIB destinada à saúde- até fatores como a facilidade em se obter analgésicos e se os estudantes de medicina são treinados em cuidados paliativos.

AGOSTO
H1N1
   No dia 10 de agosto, a OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou o fim da pandemia de gripe suína, denominada oficialmente gripe A (H1N1), 14 meses depois de ter declarado o nível máximo de alerta pela aparição do vírus. Segundo o mais recente balanço da OMS, a gripe matou 18.449 pessoas em 214 países e territórios.


 
  
Brasileiros ficando gordos
   A população brasileira está ficando mais gorda em velocidade acelerada. Dados da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados no dia 27 de agosto indicam que o total de homens acima do peso na população de 20 anos ou mais chegou a 50,1%. Na POF de 2002-2003, essa proporção era de 41,4%.
   O aumento de peso pode ser percebido em todas as faixas etárias, independente do sexo, da região ou da faixa de renda. Entre as mulheres, a proporção de pessoas acima do peso aumentou de 40,9% para 48%. Na prática, quase metade da população está acima do peso.

Desnutrição infantil

   O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, ao comentar os resultados da Pesquisa de Orçamentos Familiares com dados sobre o estado nutricional da população brasileira, comemorou a queda da desnutrição infantil. Ele afirmou que o estímulo ao aleitamento materno contribuiu para essa melhoria e diz que hoje não mais se verifica a diferença na altura média de crianças do nordeste com as do sul do país.

SETEMBRO

Avandia

   A Anvisa cancelou o registro do medicamento Avandia no dia 29 de setembro, fabricado pela empresa GlaxoSmithKline, que tem como princípio-ativo a substância rosiglitazona. O remédio é utilizado no tratamento contra a diabetes tipo 2.
   A decisão foi tomada após a avaliação de estudos que demostraram que os riscos da utilização do medicamento superam seus benefícios. Também foi determinado que o laboratório produtor do medicamento faça o recolhimento do produto em todo o território nacional.

OUTUBRO

Novas diretrizes da cirurgia plástica

   A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica prepara novas normas de segurança para o paciente. Entre as novas recomendações estão à limitação do número de procedimentos a serem feitos em uma só cirurgia, a definição de exames exigidos antes da operação, as restrições para procedimentos em adolescentes e a definição do tipo de anestesia para cada caso.
   Segundo a sociedade, a revisão é necessária em função dos avanços tecnológicos e do aumento no número de plásticas, além dos casos de mortes.

NOVEMBRO

Antibióticos
   No dia 28 de outubro, a Anvisa publicou no "Diário Oficial da União" as novas regras para controlar a venda de antibióticos. Desde o dia 28 de novembro, 93 substâncias usadas como princípio ativo de antimicrobianos passaram a ser vendidas com a apresentação de uma receita especial, em duas vias.
   A primeira é retida na farmácia, e a segunda é devolvida carimbada ao cliente. A medida vale para comprimidos, xaropes e pomadas. Quem prescrever as receitas deve atentar para a necessidade de entregar de forma legível e sem rasuras duas vias do receituário aos pacientes.

 
DEZEMBRO

Mortes por AIDS no Brasil

   Segundo dados do balanço anual divulgado pelo Ministério da Saúde no dia 1º de dezembro, o total de casos de Aids acumulado no Brasil entre 1980 e junho de 2010 é de 592.914 pessoas. Só em 2009, 38.538 pessoas foram infectadas. O número é maior que o total de novos casos de Aids em 2008, que somaram 37.465.

Ortotanásia

   O Congresso Nacional deu mais um passo para a regulamentação da ortotanásia no Brasil. Uma semana depois de a Justiça Federal dar respaldo aos médicos que optarem por não tentar prolongar a vida de doentes terminais, a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados aprovou no dia 8 de dezembro projeto de lei que define os procedimentos necessários para a prática.
   A proposta aprovada pelos deputados detalha pontos como a exigência de autorização expressa do paciente, da família ou do representante legal para a ortotanásia. O projeto prevê que o pedido será avaliado por uma junta médica antes da decisão final.

Feijão e arroz perdem espaço

   Prato típico da culinária brasileira, o feijão com arroz vem perdendo espaço nos domicílios para produtos industrializados e semiprontos. A mudança foi constatada pela pesquisa "Aquisição alimentar domiciliar per capita", divulgada no dia 16 de dezembro pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
   O estudo mostrou que, em 2009, cada brasileiro adquiria em média 14,6 kg de arroz por ano para consumo no lar. O número é 40,5% menor do que os 24,5 kg de 2003. No caso do feijão, a quantidade passou de 12,4 kg para 9,1 kg no período, numa redução de 26,4%. Por outro lado, os alimentos preparados e misturas industriais, como pizzas congeladas e misturas para bolos, tiveram o maior aumento em relação a 2003, de 37%.

Tabela nutricional em redes de fast food
   Mais de 60 das principais redes de lanchonetes e restaurantes do país passarão, em 2011, a divulgar as informações nutricionais dos alimentos que vendem. Os estabelecimentos deverão informar em local visível dados como valor energético e quantidade de carboidratos, proteínas, gorduras e sódio de cada alimento.
   Essas informações serão dispostas em tabelas e impressas em embalagens (se houver), cartazes, cardápios ou folhetos. Se a empresa tiver site, também deve divulgar ali os dados nutricionais.
   As empresas têm seis meses para cumprir o acordo, que saiu depois de mais de um ano de discussões entre as partes e que foi firmado no começo de dezembro com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o Ministério Público Federal de Minas Gerais.