terça-feira, 26 de outubro de 2010

Pesquisa relaciona risco de alergia a primeiro trimestre de gravidez

Exposição a pólen em estágio-chave da gestação favorece eczema e asma. Estudo finlandês analisou registros de saúde de 5.920 crianças.

Um novo estudo que será publicado na quarta-feira (20) reforçou as suspeitas de que o risco de uma criança desenvolver alergias poderia estar vinculado ao primeiro trimestre de gravidez. Pesquisadores estudaram registros de saúde de 5.920 crianças nascidas entre 2001 e 2006 na província de Karelia do Sul, na Finlândia, 961 das quais foram submetidas a exames de pele para detecção de alergias aos 4 anos de idade.
Entre estes, 10% nasceram entre outubro e novembro e tiveram resultados positivos, o que correspondeu ao dobro daquelas nascidas em junho e julho. A sensibilidade alérgica dos bebês nascidos em outubro e novembro foi especialmente forte para leite e ovos. A razão possível, sugeriram os cientistas, é que os bebês nascidos em outubro e novembro foram expostos a altas concentrações de pólen de bétula e amieiro enquanto estavam em um estágio-chave de desenvolvimento fetal, na 11ª semana de gravidez.

  O cume do período de dispersão de pólen dessas duas árvores é em abril e maio, enquanto o período de baixa dispersão é de dezembro a janeiro, o que explicaria por que crianças nascidas em junho e julho tiveram menor sensibilidade alérgica. A exposição a alergênicos poderosos no útero, numa fase inicial e crucial da graviodez, poderia afetar o desenvolvimento do sistema imunológico da criança, embora as razões pelas quais isso ocorra sejam incertas, disseram os cientistas.

O estudo, chefiado por Kaisa Pyrhonen, do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade de Oulu, será publicado no britânico Journal of Epidemiology and Community Health. Os resultados dão ênfase a descobertas anteriores, resultantes de estudos feitos na Suécia, no Japão e na Holanda, segundo os quais as crianças nascidas no outono ou no inverno do Hemisfério Norte são mais propensas a desenvolver eczema e respiração asmática e têm níveis de antígeno no sangue maiores que os de crianças nascidas na primavera ou no verão.

Da AFP