sábado, 28 de agosto de 2010

Inflamação no cérebro pode acarretar obesidade e diabetes tipo 2

Especialista da Unicamp estuda relação entre hipotálamo e insulina. Gorduras saturadas prejudicam o equilíbrio para evitar as doenças

Uma relação pouco cogitada há 15 anos ganha cada vez mais força no estudo das causas da obesidade: a inflamação do hipotálamo - uma estrutura com 1,5 cm³ que compõe o cérebro e é responsável pela regulação da fome e do gasto de energia - pode ser causada pela ingestão de gorduras saturadas e não somente pelo hábito de comer muito.
 Como se não fosse suficiente, a alteração do órgão, apontada como uma das principais causas para a obesidade, também pode levar à alteração da função do pâncreas, local responsável pela produção de insulina. A substância transporta a glicose presente no sangue para dentro das células, permitindo a produção de energia, vital para o corpo sobreviver.
O pesquisador Lício Velloso, do departamento de Clínica Médica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), estuda há dez anos a ligação entre a comida ingerida pelas pessoas com o ganho de peso e testou ratos em laboratórios para notar qual o efeito da mudança no hipotálamo para a regulação do peso.
As descobertas vão desde a identificação do órgão como responsável direto pelo ganho de peso até a ligação da inflamação com a falência das células pancreáticas em garantir ao corpo a insulina. O final da história é o aparecimento de diabetes tipo 2.
 
Apoptose
Inflamações no corpo são sempre indícios da possibilidade de apoptose, uma espécie de morte programada das células no corpo, segundo Lício. Durante o trabalho com camundongos swiss, com maior tendência a engordar, e wistar, menos propensos à doença, o pesquisador e sua equipe notaram que ocorre maior taxa de morte celular de neurônios inibidores no primeiro grupo. “A diferença foi de 6% a 7% entre os dois tipos de roedores”, afirma Velloso.
É a união de dois problemas: o hipotálamo não controla mais a fome e a pessoa fica obesa e, por outro lado, ainda atrapalha a função do pâncreas para secreção da insulina"
O efeito vem da inflamação do hipotálamo, causada pela presença de longas cadeias de ácidos graxos saturados, com mais de 14 átomos de carbono. O sistema imunológico do cérebro é ativado na presença dessas substâncias por serem parecidas com as encontradas em bactérias.
“O organismo é levado a pensar que há uma ameaça e então uma inflamação do órgão acontece”, explica o especialista. “Com a produção de citocinas para defesa do corpo, a função de um neurotransmissor do hipotálamo é afetada.”
 
Neurotransmissor
Velloso faz referência ao alfa-MSH, estrutura responsável por mandar sinais para inibir a fome e acelerar as atividades de gasto de energia. Localizado na região do núcleo arqueado do hipotálamo, o neurotransmissor responde à presença de insulina e leptina, ordenando o organismo a cessar a vontade de comer.
A prática clínica ensina que recomendar dietas a obesos, pura
e simplesmente, não adianta. É preciso mudar o padrão dos nossos alimentos"
Mas a presença de processos inflamatórios faz com que o alfa-MSH desenvolva resistência às substâncias que alertam sobre as condições de reserva de energia disponíveis no organismo. “Com citocinas como a tumor necrosis factor (TNF), a vida dos neurônios é atrapalhada”, afirma Velloso.
  Diabetes 2
A falência das células-beta das ilhotas de Langerhans, localizadas no pâncreas, levam ao desenvolvimento de diabetes tipo 2, junto com a resistência do corpo à insulina. A causa para a exaustão das estruturas responsáveis pela secreção de substância também está ligada à inflamação do hipotálamo.
“É a união de dois problemas: o hipotálamo não controla mais a fome e a pessoa fica obesa e, por outro lado, ainda atrapalha a função do pâncreas para secreção da insulina”, explica o pesquisador da Unicamp.
Sem a secreção, a glicose presente no sangue não consegue entrar nas células para produção de energia na forma de ATP.
 
Soluções
Enquanto remédios para diminuir ou eliminar a condição adversa no hipotálamo não surgem, Velloso acredita que a solução possa estar na mudança de práticas por parte dos fabricantes de comida. “Políticas de nutrição do governo precisam estimular a indústria alimentícia a substituir, nos alimentos industrializados, gorduras saturadas por insaturadas”, diz o especialista. “É o caso da troca do que faz mal ao corpo por ômega 3 e 9, por exemplo.”
 Segundo Velloso, mesmo uma mulher com 1,70 metro e 65 quilos, ao ganhar 4 quilos, pode quase dobrar as chances de desenvolver diabetes tipo 2. O padrão também serve para os homens, ainda que de forma mais discreta.
“Há apenas 20 anos a OMS passou a encarar a obesidade como doença. Os passos são lentos, mas agora, pelo menos, nós sabemos que a causa está no hipotálamo”, diz Velloso. “A prática clínica ensina que recomendar dietas a obesos, pura e simplesmente, não adianta. É preciso mudar o padrão dos nossos alimentos.”

Fonte: G1

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Vitamina D pode proteger contra câncer, diabetes e artrite, indica pesquisa

A vitamina D pode proteger o corpo humano contra uma série de doenças ligadas a condições genéticas, incluindo câncer, diabetes, artrite e esclerose múltipla, segundo uma pesquisa britânica recém-publicada


Os cientistas mapearam os pontos de interação entre a vitamina D e o DNA e identificaram mais de 200 genes influenciados pela substância.
A vitamina D é produzida naturalmente pelo corpo pela exposição ao sol, mas a substância está presente também em peixes e crustáceos e, em menor quantidade, em ovos e leite.
Mas acredita-se que até um bilhão de pessoas em todo o mundo sofram de deficiência de vitamina D pela pouca exposição ao sol.
Já se sabia que a falta de vitamina D podia levar ao raquitismo e havia várias sugestões de ligações com doenças, mas a nova pesquisa, publicada pela revista especializada Genome Research, é a primeira que traz evidências diretas de que a substância controla uma rede de genes ligados com doenças.

Receptores

Os pesquisadores, da Universidade de Oxford, usaram uma nova tecnologia para o sequenciamento do DNA para criar um mapa de receptores de vitamina D ao longo do genoma humano.
O receptor de vitamina D é uma proteína ativada pela substância, que se liga ao DNA e assim determina quais proteínas são produzidas pelo corpo a partir do código genético.
Os pesquisadores identificaram 2.776 pontos de ligação com receptores de vitamina D ao longo do genoma, concentrados principalmente perto de alguns genes ligados a condições como esclerose múltipla, doença de Crohn, lupus, artrite reumatoide e alguns tipos de câncer como leucemia linfática crônica e câncer colo-retal.

Eles também mostraram que a vitamina D tinha um efeito significativo sobre a atividade de 229 genes incluindo o IRF8, associado com a esclerose múltipla, e o PTPN2, ligado à doença de Crohn e ao diabetes do tipo 1.
“Nossa pesquisa mostra de forma dramática a ampla influência que a vitamina D exerce sobre nossa saúde”, afirma um dos coordenadores da pesquisa, Andreas Heger.

Seleção

Os autores afirmam que o consumo de suplementos de vitamina D durante a gravidez e nos primeiros anos de vida podem ter um efeito benéfico sobre a saúde da criança em sua vida no futuro.
Outras pesquisas anteriores já haviam indicado que a pele e os cabelos mais claros entre as populações de partes da Terra com menos incidência de raios solares teriam sido uma consequência da evolução para melhorar a produção de vitamina D.
Segundo os pesquisadores da Universidade de Oxford, isso poderia explicar a razão de seu estudo ter identificado um número significativo de receptores de vitamina D em regiões do genoma com mutações genéticas mais comumente encontradas em pessoas de ascendência europeia ou asiática.

A deficiência de vitamina D em mulheres grávidas pode provocar contrações pélvicas, aumentando o risco de morte da mãe e do feto. Segundo os pesquisadores, essa situação pode ter levado ao fim de linhagens maternais de pessoas incapazes de aumentar sua disponibilidade de vitamina D.
“A situação em relação à vitamina D é potencialmente uma das pressões seletivas mais poderosas no genoma em tempos recentes”, afirma outro coordenador da pesquisa, George Ebers. “Nosso estudo parece apoiar essa interpretação e pode ser que não tivemos tempo suficiente para fazer todas as adaptações de que precisávamos para suportar nossas circunstâncias”, disse.

Beber água antes de refeição pode ajudar a perder peso, diz estudo

Uma pesquisa feita por cientistas dos Estados Unidos afirma que beber água antes das refeições ajuda as pessoas a perderem peso

Mulher bebendo água


Cientistas do Estado americano da Virgínia afirmam que pessoas que estão em dieta podem perder cerca de 2kg a mais se elas beberem pelo menos dois ou três copos por dia antes das refeições. A pesquisa foi apresentada em um congresso nacional da Sociedade Americana de Química, em Boston.
Todos os adultos que participaram da pesquisa tinham entre 55 e 75 anos de idade. A teoria dos cientistas foi testada em 48 adultos, divididos em dois grupos, ao longo de 12 semanas.
Ambos os grupos seguiram dietas de baixa caloria, mas um deles bebeu água antes das refeições.
Ao longo de 12 semanas, as pessoas que beberam água perderam cerca de 7kg, enquanto os demais perderam em média 5kg. Um estudo anterior já havia mostrado que pessoas que bebem até dois copos de água antes de cada refeição ingerem de 75 a 90 calorias a menos.

Calorias
Uma das autoras da pesquisa, Brenda Davy, da universidade Virginia Tech, acredita que o fato de se encher o estômago com um líquido sem calorias antes das refeições faz com que menos calorias sejam consumidas. "As pessoas deveriam beber mais água e menos bebidas adocicadas e com muita caloria. É uma forma simples de se facilitar o controle do peso", afirma Davy.
Segundo a cientista, bebidas dietéticas e com adoçantes artificiais também podem ajudar as pessoas a reduzir o consumo de calorias, ajudando a perder peso. No entanto, ela disse que bebidas com muito açúcar precisam ser evitadas. Uma lata de refrigerante comum contém, em média, 10 colheres de chá de açúcar. A pesquisa foi financiada pela entidade Institute for Public Health and Water Research, que realiza estudos sobre água e saúde pública.

Fonte: BBC

Cientistas apontam oito sintomas mais comuns do câncer

Pesquisadores na Grã-Bretanha identificaram os oito sintomas mais comuns em pessoas que são diagnosticadas com câncer

Pessoa tossindo


   A pesquisa da Keele University, na cidade inglesa de Newcastle-under-Lyme, identificou oito sintomas: sangue na urina, anemia, sangramento anal, sangramento ao tossir, nódulo no seio, dificuldade para engolir, sangramento pós-menopausa e nódulo na próstata.
Segundo os cientistas, pessoas com estes sintomas têm probabilidade maior do que uma em 20 de ter algum tipo de câncer. Quanto mais cedo os pacientes identificarem a doença, maiores são as chances de um tratamento bem-sucedido.
   Os cientistas analisaram os resultados de outras 25 pesquisas. De todos os sintomas, apenas dois deles são considerados mais graves entre pessoas com menos de 55 anos: nódulos nos seios e próstata. Os demais são particularmente mais perigosos em pessoas com mais de 55 anos.
   A entidade Cancer Research UK, de pesquisa sobre a doença, disse que quaisquer mudanças no corpo devem levar as pessoas a procurarem os médicos. "Os sintomas identificados neste estudo já são sinais importantes de câncer, mas há mais de 200 tipos de câncer, com muitos sintomas diferentes", disse um porta-voz da entidade. "Então se houver uma mudança no corpo, é importante checar isso. Quando o câncer é diagnosticado cedo, o tratamento tem maiores chances de sucesso."

Recepção do segundo semestre e Festival de Massas!

Queridos alunos,
Fazia tempo que não atualizava o blog. Hoje vou tentar trazer algumas novidades do curso.
Primeiramente devemos agradecer aos formandos de 2010/2 pelo excelente encontro que organizaram nesta recepção deste semestre. A comido e a música estavam excelentes. Em um ambiente bem familiar, 106 convidados participaram da confraternização. Simplesmente um recorde! Parabéns a todos e um muito obrigado por prestigiarem as atividades da Biomedicina!
Algumas fotos serão postadas, mas quem quiser conferir na íntegra todos os cliques da noite é só acessar o perfil do orkut da Biomedicina de Cachoeira (http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=13717650729008411792). 
Um grande abraço a todos!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Bactéria resistente a antibióticos se espalha pelo sul da Ásia e chega à Europa

Infecção foi transportada por pacientes que viajaram para realizar tratamentos estéticos

Turistas que viajam ao sul da Ásia para realizar tratamentos de beleza têm levado uma nova classe de superbactérias resistentes a antibióticos para a Grã-Bretanha, informaram cientistas nesta quarta-feira em estudo publicado na revista médica britânica The Lancet, alertando que o agente infeccioso poderia se espalhar pelo mundo todo.

Muitas infecções hospitalares, já difíceis de tratar, ficaram ainda mais inacessíveis a drogas por causa de um gene recém-descoberto capaz de se fazer presente em vários tipos de bactérias. O gene, denominado NDM-1 (sigla em inglês para metalo-betalactamase 1 de Nova Délhi), foi identificado pela primeira vez no ano passado por Timothy Walsh, professor de microbiologia da Universidade de Cardiff, em dois tipos de bactéria, a 'Klebsiella pneumoniae' e a 'Escherichia coli', em um paciente sueco tratado em um hospital indiano.

A nova bactéria dotada do gene NDM-1 mostrou-se preocupantemente resistente até mesmo aos carbapenemas, grupo de antibióticos frequentemente usado como último recurso para o tratamento emergencial de infecções causadas por patógenos resistentes a vários tipos de medicamentos. 

Segundo os cientistas, as novas bactérias chegaram à Grã-Bretanha trazidos por pacientes que viajaram para a Índia ou o Paquistão para realizar tratamentos cosméticos.

— Se estas infecções não tiverem tratamento adequado, então certamente podemos contar com alguma mortalidade — alertou Walsh, em declarações à rádio BBC.

— Será muito difícil tratar pacientes com infecções causadas por este tipo de bactéria. Não nos sairemos bem — afirmou. 

No novo estudo, conduzido por Walsh e Karthikeyan Kumarasamy, da Universidade de Madras, os cientistas quiseram determinar a presença de bactérias com o gene NDM-1 no Sul da Ásia e na Grã-Bretanha, onde alguns casos foram registrados. Ao acompanhar pacientes com sintomas suspeitos, eles encontraram 44 casos (1,5% dos investigados) em Chennai e 26 (8%) em Haryana, na Índia.

Eles também detectaram a superbactéria em Bangladesh e no Paquistão, bem como em 37 casos na Grã-Bretanha, alguns em pacientes que retornaram recentemente de viagens durante as quais fizeram cirurgias estéticas na Índia e no Paquistão.

— A Índia também realiza cirurgias cosméticas em outros (pacientes) europeus e americanos, e (portanto) é provável que a NDM-1 se espalhe mundialmente — alertou o estudo.

O gene NDM-1 foi encontrado, sobretudo, na E. coli, uma causa comum de infecções adquiridas do trato urinário, e na K. pneumoniae, e mostrou-se resistente a quase todos os antibióticos, com exceção da tigeciclina e da colistina.

A emergência destas cepas bacterianas resistentes antibióticos pode se tornar um sério problema de saúde pública, que se defronta com a nova ameaça de uma ampla classe de bactérias - incluindo aquelas dotadas do gene NDM-1 - conhecida como "Gram-negativas", alertaram os pesquisadores.

— Há poucos novos antibióticos anti-Gram-negativos sendo desenvolvidos e nenhum é eficaz contra (bactérias com o gene) NDM-1", ressaltou o estudo.

Em relação ao período necessário para tratar infecções com bactérias dotadas do gene NDM-1, "não haverá novos antibióticos disponíveis no prazo de 10 anos", disse Walsh, segundo quem a ameaça não se circunscreve aos hospitais.
FOONTE: AFP

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Confraternização da Biomedicina !!!

Festival de massas para comemorar o reinício de semestre entre os acadêmicos da Biomedicina! É nesta terça-feira (17 de agosto), compre seus ingressos com os formandos de 2010/2.